Alma Mahler, vienense, nascida a 1879, envolveu-se com os espíritos mais criativos do século XX. Ficou conhecida como a Viúva das 4 Artes: Música, Pintura, Arquitectura e Literatura. Gustav Klimt, roubou-lhe o primeiro beijo; contraiu matrimónio com o compositor Gustav Mahler, traindo-o com Walter Gropius e Oscar Kokoschka. Chegou mesmo a casar-se, anos mais tarde, com Gropius e com o poeta Franz Werfel.
O relacionamento com Oscar Kokoschka foi, talvez, o mais perturbador de todos. Quando se deu a separação, para atenuar as dores da perda da sua amante e amada, o pintor estava tão apaixonado por Alma que mandou fabricar uma 'apetitosa' boneca em tamanho real, que reproduzia os mais ínfimos detalhes da sua anatomia. Terá dado indicações à fabricante de marionetas, através de uma carta acompanhada de vários desenhos, onde incluía quais as rugas da pele da sua amada, que ele achava absolutamente necessárias. E, assim, longe de esconder a sua grande paixão, Kokoschka, passeava a sua Alma/ boneca, pela cidade, levando-a ao teatro; e, quando por alguma razão tal não era possível, confiava-a aos cuidados de uma empregada que contratou expressamente para o efeito. Não foi preciso muito tempo para que o pintor começasse a sentir uma enorme decepção: a boneca dificilmente poderia satisfazer os seus desejos eróticos e sexuais, e no final tornou-se tão só numa espécie de natureza-morta modelo. Farto dela, num momento de embriaguês, degolou a boneca, partindo-lhe uma garrafa de vinho tinto sobre a sua cabeça. Desabafou, na altura, estar completamente curado da paixão.
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